2 de dezembro de 2010

Top 5 broxadas decisivas no caminho do penta

Dito, repetido, entoado como mantra. “Em pontos corridos, todo jogo é final”. A frase-mandamento está marcada com tinta verde neon, amarelo marca-texto, a la 3º uniforme do Palmeiras, na cabeça do torcedor. E assim não deveria diferir na cabeça de todo jogador

Quando mais de cem mil pessoas foram ao Vale do Anhangabaú festejar o 1º aniversário de três dígitos do clube mais popular de São Paulo, o elenco alvinegro prometeu dedicação à altura do fanatismo, dada a imensa prova de amor. Faltou ouvir melhor o clichê. E olha que não faltou experiência a um elenco com Ronaldo e Roberto Carlos, que, juntando as carreiras, somam oito títulos de campeonatos com pontos corridos.

Molhar os olhos pelas “entregadas” é discurso que nem o presidente do clube admite. Talvez o preço deva cair na conta dos atletas que fizeram campanha contra Adilson, e só voltaram a se sair bem em campo após sua demissão. Relembremos, ora pois, as cinco finais que provavelmente irão custar o título ao Corinthians, por ordem cronológica.

1x3 Atlético-GO, 10ª rodada - Serra Dourada
De um lado, o técnico ainda era Mano Menezes e o líder Corinthians permanecia como o último invicto do nacionalzão 2010. Do outro, o lanterna Dragão provava por que havia chegado à elite como candidato a bate-volta. Após nove rodadas, o improvável 1º revés da temporada desde a derrota no alagado Maracanã ficou marcado pela boa atuação do arqueiro Márcio e o pênalti desperdiçado por Chicão. No dia seguinte, o tricolor das Laranjeiras assumiria a ponta pela 1ª vez.

2x2 Ceará, 27ª rodada - Pacaembu
O sinal de alerta fora aceso no Parque São Jorge após a (esperada) derrota para o Inter e o empate com o Botafogo, com o gol do ex-corintiano Herrera mal anulado. Os três pontos contra o Ceará - à época, há cinco jogos sem vencer - eram certos na cartilha de todo alvinegro. No entanto, o que se viu nos contra-ataques às costas de Alessandro e Robeto Carlos - característica do esquema tático de Adilson - foi o brilho do veterano Magno Alves. Dali em diante, o time sem Ralf (contundido) e Elias (suspenso) se desorganizou mais que o habitual. Coube a Paulinho e Defederico (!) o papel de salvar a pátria, e camuflar a má fase com a igualdade.

1x2 Atlético-MG, 28ª rodada - Arena do Jacaré
Um Galo aflito na zona de descenso e com sede por vitória recebeu o cambaleante Corinthians, que via de olhos arregalados a crise se instaurar de vez no já não mais grande candidato à taça. A ansiedade e o nervosismo de um time repleto de improvisações desapareceram com o apito inicial, e um tranquilo Corinthians fez 1 a 0 com autoridade. Em meio aos gols desperdiçados pelo rival, o Atlético se reergueu e voltou ajustado por Dorival após o intervalo. Duas bolas paradas alçadas pelos donos da casa, e vistas de camarote pelos beques visitantes, bastaram para a virada mineira. Os comandados de Adilson perdiam outra boa oportunidade de ultrapassar os de Muricy com os 3 a 0 do Santos no Flu.

3x4 Atlético-GO, 29ª rodada - Pacaembu
Quatro partidas sem vencer eram o suficiente para a Fiel. O Paulo Machado de Carvalho viu com desconfiança os 11 que subiram do vestiário para enfrentar um Atlético Goianiense lutando para não cair. Entre os 11, os desprestigiados Thiago Heleno, Moacir e Souza mantidos da derrota para o xará mineiro do oponente. Com dois minutos, Leandro Castán iludiu os presentes. Em falhas bisonhas de Thiago Heleno e seus companheiros de sistema defensivo, o rubro-negro do cerrado transformou o 1 a 0 em 1 a 4. O vexame ainda foi amenizado pelo quase empate, mas a derrota acabou como a cereja no bolo da demissão de Adilson, que viu do vestiário seu funeral acompanhado em vigília e protestos da organizada. Menos de uma hora depois do apito final, a diretoria fechou o caixão.

1x1 Vitória, 36ª rodada - Barradão
Após todos os percalços, altos e baixos e as polêmicas de arbitragem, a maioria via no Vitória a partida mais difícil na reta final, já passados os testes de fogo frente São Paulo e Cruzeiro. O elenco unido sob a tutela de Tite e a boa fase de Ronaldo e Julio Cesar enfrentava um desorganizado combatente do rebaixamento. E mesmo com as ausências de B. César e Dentinho, o Corinthians começou melhor e logo liderava o placar. Mas veio a contusão do camisa 9, e o cansado meio-campo perdeu sua referência na frente. Num polêmico lance, Simon assinalou penal e (bola na) mão de Ralf - talvez preço do “pênalti” “sofrido” pelo fenômeno contra a raposa. O Vitória igualou e teve uma segunda etapa superior, retrato do espírito “tu não me atacas que não te ameaço”, de Tite. Simultaneamente, o gaúcho via o Flu assumir a liderança, talvez, de vez.


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